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Pais confusos no exercício de sua função

Quantos são os pais que fazem o grande esforço para mudar o mundo e tornar seu filho “feliz”, e para ser o seu melhor amigo? Vão tantas vezes àquela luta inglória com falas descontextualizadas e sem noção dos contratos mais objetivos e de afetos definidos na relação do filho com os vizinhos, com a escola, com a academia etc. Isso porque quem informa aos pais são os filhos, ainda imaturos para alcançar o real; os seus pés, todavia, não estão de todo no chão.

Conter o adolescente em seus momentos de emoções injustificadas diante de fatos específicos – coisa bem comum  – é a garantia de oferecer as condições para que ele estruture os verdadeiros recursos de enfrentamento da vida e, em tempo, de discernir o que deve enfrentar e em que valores deve se apoiar. Nessa confusão, comumente, ele enfrenta os valores e pisa em falso, diante do clássico comentário: “onde foi que eu errei?”.    
Educadores parceiros deveriam, então, recuar, como vêm fazendo, porque o esforço é grande e, grande parte das vezes, inútil? Imaginem esta situação: o menino chega a casa, contaminado por emoções que lhe brotam fácil. O pai se deixa contagiar mais por esses sentimentos do que pela razão que um olhar atento veria nos fatos. Isso aciona seu instinto de protetor e ele vai ao mundo com discursos equivocados diante de histórias truncadas pela imaturidade compreensível na adolescência, mas não em pessoas maduras. Dá para imaginar... eu creio. Buscar o olhar claro, nesse momento, leva o adulto a esbarrar em seus equívocos e ver a má figura que impensadamente representou diante do professor, do vizinho, de outros. Qualquer possibilidade de aclarar acaba sendo mais ofensiva do que esclarecedora. Sob a alusão do real e de um consequente vexame, as defesas se aprontam e impedem, talvez com mais eficácia do que a história descolada do real, que o bom senso venha à tona. Pobres pais! Se eles não conseguem chamar seus filhos à maturidade, os filhos, sim, levam-nos, com muita frequência, a fazer papel de adolescente. É um dos casos que Freud explica: “A criança é o pai do homem”.
Diante do adolescente, é necessário que os pais resgatem seus recursos mais adultos e reflitam sobre como administrar os conflitos próprios do jovem. Os atos impensados não os colocam em posição de fortalecer os filhos; no final, ser o cúmplice que se quer muito ser justificado no amor acaba enterrando a autoridade moral necessária.

O grande dilema atual tem sido “como ser cúmplice dos filhos sem perder essa autoridade?”. O verdadeiro amigo é o pai ou o amiguinho? O que a garotada quer de verdade: um protagonista em seus dramas de traços mal definidos, ou aquele que diz “contenha-se”, “acalme-se”, “pondere”? Apostamos que mais saudável é ter alguém que mostre a vida com seus encantos e o inverso disso, discuta os recursos de enfrentamento, dê colo quando falhe – porque falhas sempre existirão – e esteja do seu lado como adulto e não como “o amiguinho”.

Edmê Cristina
Diretora de Unidade de Ensino Fundamental e Médio em Aracaju 

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