Os avós maternos de Ana Luiza (Maternal) são dois bons contadores das histórias que viveram, que vivem. Ele, José Raimundo Sobrinho, tem sempre uma palavra daquelas cheias de sabedoria e capaz de apaziguar qualquer dor. Ela, Ana Alice, coleciona detalhes como as ventanias que apavoravam sua infância no município sergipano de Simão Dias.
Foi da avó Ana que ouvimos a história do vaso de minilírio que você vê na foto. Uma dessas histórias que nos pedem um tempo ao qual estamos desacostumados. Uma história que fala de coisas pequenas, simples, sem pressa.
“Vanessa, minha filha mais nova, tinha 1 ano de idade quando estava brincando com a filha da vizinha. Brincavam no jardim da casa da menina. Foi quando eu vi aquela planta tão bonita. Gostei tanto que a vizinha disse: ‘Vou fazer um pezinho pra você’. Então a senhora me deu a planta assim, como você vê, com o caqueiro. Hoje Vanessa tem 30 anos. E a planta está comigo desde aquela ocasião. Esta planta já passou por muitas situações difíceis (suspiro). Um dia, o cachorro estava brincando e quebrou todas as folhas... Ai!... Deixou só os talinhos. Mas o vaso não quebrou, e a planta não morreu. É uma planta de bulbo; resistente. Ela já foi muito cheia. Agora está assim, mas está viva. E não ponho nada nela. Nunca pus qualquer adubo. Nada. Apenas água. E sombra. Ela gosta de sombra e água fresca”.
A vó Ana Alice continuou ali. Olhando... Acarinhando... Lembrando...
